Escola de Formação e Criação do Ceará

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Sexta turma do Curso Técnico em Dança encerra formação apresentando 14 trabalhos na Mostra de Artes do Porto Iracema

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Foto: Alan Sousa

As apresentações do CTD acontecerão nos dias 12, 13, 14 e 15 de dezembro, sempre às 19h, no Teatro Dragão do Mar. Toda a programação é gratuita e compõe a 7ª Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI 7)

Preconceito, movimentos migratórios e identidades são alguns dos temas dos 14 trabalhos produzidos pelos alunos da sexta turma do Curso Técnico em Dança do Porto Iracema das Artes. As obras cênicas em dança serão apresentadas no Teatro Dragão do Mar, de 12 a 15 de dezembro. A mostra “Modos de existir”, a partir do tema “Poéticas da Existência” que norteia as formaões e eventos da Escola em 2019, marca o encerramento da formação de dois anos dos 24 artistas que integram a turma 2018/2019 do CTD.

Os trabalhos, propostos pelos próprios alunos, tiveram orientação dramatúrgica das professoras Andrea Bardawil e Micheline Torres, orientação de figurino de Isac Bento e iluminação de Walter Façanha. “O CTD é um projeto formativo pautado pela qualidade, pelo estímulo à excelência, pela atitude criadora crítica e propositiva. É tempo de celebrar mais uma vez este curso que é fruto da resistência, resiliência e invenção dos artistas da dança no Ceará. Estes jovens que se formam hoje sabem que a arte pode revolucionar o mundo”, afirma Carolina Wiehoff, coordenadora do Programa de Formação em Dança do Porto Iracema das Artes, que inclui o Curso Técnico e o Laboratório.

A Mostra será dividida em dois programas. A primeira série de sete apresentações será nos dias 12 e 13, a partir das 19h, com os trabalhos “Pintosas”, de Anderson Vieira e Jessi Almeida, “Pulso”, de Mylena Braga, “EXIT(O)”, de Luiz Paulo Aragao (Coreano), “Rainha do Milho”, de Waldírio Castro, “É preciso manter a chama acesa”, com Raffael Tomaz, “O QUE MOVE A ALCATEIA”, de Juliana Rizzo, e “I.D.”, de Circe Macena e Rony Marques (Cia. Barlavento).

O segundo programa conta com outros sete trabalhos, que serão apresentados nos dias 14 e 15, também a partir das 19h. São eles: “EN-TRE MUROS”, de Aline Monteiro, “Eaí, população!?”, de Ângelo William (Ó Will), “MEU MUNDO CAIU”, de Marília Pedroza, “Interstícios”, de Bruna Monteiro e Marina Frota, ‘A casa”, de Sarah Escudeiro, “BIS 22x”, de Enoque Viana, e “Juntxs”, de Daniel Rufino.

Confira a sinopse dos trabalhos conforme a ordem de apresentação:

Programa I – Dias 12 e 13 de Dezembro, 19h, Teatro Dragão do Mar

– “Pintosas”

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Foto: Alan Sousa

“Pintosas” vem das manas, das bichas, das afeminadas. O projeto traz a defesa e a denúncia sobre o preconceito que as bichas, pretas e afeminadas sofrem desde sempre. Os relatos afirmados mostram junto a movimentação que somos a linha de frente, não como alvos, e sim como uma grande barreira que resiste a toda essa violência que insiste em nos atacar. O “Pintosas” se tornou mais uma ferramenta de afirmação da nossa presença na sociedade e leva ao palco a conscientização na luta e na união.

Ficha técnica:
Proponentes/Intérpretes: Anderson Vieira, Jessi Almeida
Luz: Walter Façanha
Figurino: Arthur Brennan

– “Pulso”

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Foto: Alan Sousa

Balce, Jack, Pulso, Insegurança, Força, Ansiedade, Mulher. Um corpo que se move no pulso interno, no pulso das dificuldades, no pulso da vontade de viver. Um relato.

Ficha técnica:
Proponente intérprete criadora: Mylena Braga
Luz: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

– EXIT(O)

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Foto: Alan Sousa

Narrativas de um corpo, memórias, força e gesto. Formas de estar presente, esse espaço é habitável? O uso do limite como porta para uma saída, um gesto: olhar para o que não é visível. Uma busca é falar desse corpo para fora do corpo, dentro.

Ficha técnica:
Intérprete criador: Luiz Paulo Aragao (Coreano)
Luz: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

– Rainha do Milho

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Foto: Alan Sousa

Você já viu um menino usando vestido?

Ficha técnica:
Interprete- Criador: Waldirio Castro
Luz: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento
Figurino/concepção: Waldirio Castro

– É preciso manter a chama acesa

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Foto: Alan Sousa

Peixe no mar, rio correndo livre, o desabrochar de uma árvore. Pode acontecer para qualquer um. É isso o que eu quero dizer. A vida. Rio correndo livre. Um dia feliz. Maria, como eu queria! Danças. Festas, só pra dançar. No tempo de uma vela.

Ficha técnica:
Proponente e Intérprete-criador: Raffael Tomaz
Iluminação: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

– O que move a alcateia

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Foto: Alan Sousa

O que nos move. Movimentos migratórios entre empilhamentos e paredões de corpas. O que nos fortalece. Mulheres que se sustentam, se equilibram, se nutrem, se lançam ou apenas permanecem. O que nos alimenta. Um brinde, o grito de uma criatura coletiva. O que nos mantém juntas. A sutileza de um abraço, pés firmes no chão, numa corrente de confiança. Mulheres desenvolvem uma dança de imagens em transição, propondo um mosaico de possibilidades corporais a partir das experiências que atravessam os corpos femininos. A alcateia está em constante movimento e adaptação, buscando estratégias de cruzar fronteiras e se fortalecer.

Ficha técnica:
Proponente: Juliana Rizzo
Intérpretes-criadoras: Ana Rebeca Duarte, Juliana Rizzo, Kênia Pinheiro , Luisa Viana, Marília Pedroza, Sarah
Escudeiro, Vanessa Jovino
Participação/intérprete : Mylena Braga
Luz: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

– I.D.

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Foto: Alan Sousa

Festa. Rito. Passagem. Partilha. Território. Identidade. Identidanças. Idanças. ID é o encontro. O encontro de corpos diferentes, com experiências e memórias distintas, que performam movimentos semelhantes com as peculiaridades que cada corpo possui. Qual é a sua dança? Quem dança a sua dança? Heranças. Histórias. Lambanças. ID é o encontro de técnicas, é o encontro de danças, é o ponto de convergência que estamos tentando encontrar nesse mundo de divergências. ID é a materialidade corporal daquilo que nos aproxima enquanto dançarinos de diferentes linguagens. É a procura pela nossa identidade como corpo coletivo. Misturas. Nós. Nossa diversidade. Nossos laços. Nossas danças.

Ficha técnica:
Proponentes: Circe Macena e Rony Marques (Cia. Barlavento)
Danças: Anderson Vieira, Circe Macena, Coreano (Luiz Paulo), Jakson Rodrigues, Jessi Almeida e Rony Marques.
Música: Bruno Vasconcelos.
Luz: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

Programa II – Dias 14 e 15 de dezembro, 19h, Teatro Dragão do Mar

– EN-TRE MUROS

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Foto: Alan Sousa

Observados, controlados, cercados por muros e no limite entre eles. Grades. Pontes. Viadutos. Entre muros e espaços: um corpo. Corpos em passagem. Resistem. Insistem. Subverter, torcer, reverter. Escapar. Avante! Eis porque os corpos persistem.
Meu. Seu. Nosso Corpo-Político.

Ficha técnica:
Proponente: Aline Monteiro
Intérprete-criadores: Aline Monteiro | Daniel Rufino | Rafael Abreu
Produção: William Ângelo
Iluminação: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

– Eaí, população!?

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Foto: Alan Sousa

Buscamos a possibilidade de aproximar e dar acesso, por outras danças, de contexto periférico, possíveis de gerar ingodo, ir ao encontro. Viabilizando outros modos de compor a partir dos corres e rolês, de corpos periféricos. Não estamos somente de passagem.
Se intera, pois meto dança. Público, privado. Público para quem mesmo?
Surgimos como alvoroço no meio do povo.
Pega a visão, não é apenas sobre fazer uma dança, mas é também considerar de onde partimos, onde somos encontro. Ainda é sobre uma caminhada em dança?
Metemos dança, não somente lugar de quem é visto, mas de quem chega e faz junto.
É no meio de vocês, se intera!? Continuando, uma caixinha de som, alguns passinhos, música, e sim, dança. Contagiamos, e somos contagiados. Aglutinados, se olhando de longe, durando nos lugares. Não há como nos parar. Estamos chegando de bonde. Vamos ficar. E aqui levantamos a possibilidade de gerar ingodo, se aproximando, considerando o que as pessoas de fora são, gente. Gente. Tá, interado!? Estar juntxs, sim, é nos mantermos firmes, vivos, e existindo.

Ficha técnica:
Proponente: Ângelo William (Ó Will)
Intérpretes-criadorxs: Ângelo William, Luisa Viana, Kênia Pinheiro e Lucas Siqueira .
Iluminação: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

– Meu mundo caiu

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Foto: Alan Sousa

Esvaziar, encher. Derramar, cair, escorrer. Fuga, possibilidades, cobrança, autocobrança, medo. Vontade de virar do avesso. Quantas vezes teu mundo caiu nos últimos tempos? Por aqui, muitas vezes, de várias formas. E agora?

Ficha técnica:
Proponente do trabalho e intérprete criadora: Marília Pedroza
Luz: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento

– Interstícios

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Foto: Alan Sousa

No espaço entre uma inspiração e uma expiração há um instante, momento de suspensão. É nos intervalos, nas rupturas que são ditos os discursos que não se podem calar. Nos sufocamentos diários, no entre dito, os corpos transbordam e esvaziam, contudo, às vezes, os corpos só querem deitar. Há coisas, no meio das coisas. O que existe no silêncio entre duas pessoas?

Ficha técnica:
Interpretes criadoras: Bruna Monteiro e Marina Frota
Iluminação: Walter Façanha
Orientação de Figurino: Isac Bento

– A casa

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Foto: Alan Sousa

Estou construindo minha casa, e isso me constrói. Vai demorar pra ficar pronta, acho que só termino quando morrer. Pra uma obra dar certo, três coisas são fundamentais. E só existe uma certeza.

Ficha técnica:
Proponente do trabalho e Intérprete-criadora: Sarah Escudeiro
Iluminação: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isaac Bento

– BIS 22x

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Foto: Alan Sousa

Tentativa de buscar outras possibilidades para uma ação. O contínuo de um lopping. Transições entre o real, improvável e abstrato. Intemporal. A versão, inversão e transversão de um ato.

Ficha técnica:
Proponente: Enoque Viana
Intérpretes-criadores: Enoque Viana, Juliana Rizzo
Apoio técnico: Mylena Braga
Iluminação: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isaac Bento

– JUNTES

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Foto: Alan Sousa

Como estar juntos? A relação dos corpos que se dá como uma relação, um estado de permanência, o avesso de si e do nós, uma jornada juntos para um destino incerto – ou juntos apenas.

Ficha técnica:
Proponente: Daniel Rufino
Elenco: Aline Monteiro, Bruna Monteiro, Daniel Rufin,o Rafael Abreu, Rebeca Duarte, Vanessa Jovino
Iluminação: Walter Façanha
Orientação de figurino: Isac Bento
Trilha sonora: Benjamin Arquelano

Sobre o CTD
O Curso Técnico em Dança (CTD) foi criado em 2005 e tem como objetivo formar profissionais técnicos de nível médio, capazes de atuar em dança como intérpretes e criadores a partir de saberes práticos e teóricos aplicáveis em contextos artísticos, técnicos, culturais e sociais contemporâneos. A formação é orientada para alunos iniciados em técnicas corporais.

Na sétima edição, passa a ser certificado a partir de 2017 pelo Conselho Estadual de Educação através do Instituto Dragão do Mar (IDM), com carga horária de 1.380 horas/aulas, distribuídas em dois anos de duração. Desde que passou a integrar o Porto Iracema das Artes, o CTD já formou 144 alunos e alunas.

Sobre a Escola
O Porto Iracema das Artes é uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, sob gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, com seis anos completados em 2019, desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.

Serviço

O quê: Sexta turma do Curso Técnico em Dança encerra formação apresentando 14 trabalhos na Mostra de Artes do Porto Iracema 
Onde: Teatro Dragão do Mar (R. Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema, Fortaleza)
Quando: De 12 a 15 de dezembro, sempre a partir das 19h
Aberto ao público

Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Rafaela Leite
Publicado em 05/12/2019