Escola de Formação e Criação do Ceará

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Laboratórios de Criação do Porto Iracema trazem grandes nomes nacionais e internacionais como tutores dos projetos artísticos

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Eles acompanharão 22 projetos cearenses divididos em Artes Visuais, Cinema, Dança, Música e Teatro

Em sua sexta edição, os Laboratórios de Criação da escola Porto Iracema das Artes trazem profissionais de reconhecimento nacional e internacional como tutores dos projetos selecionados. Eles acompanharão o desenvolvimento de 22 propostas artísticas nas linguagens de Artes Visuais, Cinema, Dança, Música e Teatro e, além das consultorias dos projetos, farão oficinas e masterclasses abertas ao público.

No Laboratório de Artes Visuais, os projetos terão as tutorias da crítica de arte, curadora e escritora Lisette Lagnado, da curadora e professora Ana Pato, do artista visual e pesquisador Alexandre Romariz Sequeira e do coletivo de artistas sonoro-visuais “O Grivo”, com Marcos M., Marcos e Nelson Soares.

Os projetos selecionados no Laboratório de Artes Visuais deste ano foram “Zona de Pressão”, de Tiago Alves e Roberto Cavalcante Borges; “Arqueologia de uma paisagem”, de Mariana Smith; “Vegetocracia e a exuberância dos dias comuns”, de Jared Domício e Vania Freitas; e “Manual de identificação e proteção de objetos voadores não identificados”, de Helenita Matos e Elisa Maria Pacheco Costa. As abordagens exploram a arquitetura sonora, a paisagem do litoral cearense, a flora baldia (marginal) em jardins urbanos e as narrativas de aparições de disco-voadores.

Já o Laboratório de Cinema, único a ter tutores fixos, este ano vem com uma nova integrante. A cineasta Nina Kopko, que atua em montagem, roteiro e direção. Os diretores Karim Aïnouz e Sérgio Machado, que estão desde a formulação do projeto do Laboratório de Cinema e do Centro de Narrativas Audiovisuais do Porto (CENA 15), continuam como tutores.

Desde 2015, o Laboratório de Cinema seleciona seis projetos de roteiros de longa-metragem, sendo quatro do Ceará e dois de outros estados do Nordeste. Da modalidade Ceará, este ano serão desenvolvidos “Campo Amor Rocha”, de Yuri Peixoto Terto Viana e Thaís Nunes Forte; “Corpo Vampiro”, de Mozart Francisco de Oliveira Freire e Abdiel Anselmo de Sousa; “Noite ao relento”, de Natália Mendes Maia e Camila Chaves Ferreira; e “Saiu de moto, com um cara”, de Natália Flávia Maia Lima e Lays Antunes Girão. Já na modalidade Nordeste serão os dois projetos: “Diabos de Fernando” (PE), Caio Vinícius Dornelas, e “Marina” (AL), de Laís Santos Araújo.

O Laboratório de Dança terá como tutores este ano o professor do Departamento de Dança da Universidade do Québec em Montréal, Canadá, Armando Menicacci; o ator de teatro e cinema, bailarino afro tradicional e contemporâneo Benjamin Abras; a bailarina e coreógrafa Clarice Lima e o coreógrafo, pesquisador e intérprete Marcelo Evelin.

“Cavalgada Selvagem”, de Thales Luz, Diogo Braga e Natália Coelho; “CorpoCatimbó”, de Viana Júnior, Gerson Moreno e Pai Mesquita de Ogum; “Intergaláctico”, de Maria Epinefrina, H-umano, Tiego Campos e Robson Loureiro; e “Iracema”, de Rosa Primo, Carolina Wiehoff e Raisa Christina são os selecionados para o Laboratório de Dança 2018. Os trabalhos pesquisarão dança e multimídia, diretrizes artísticas a partir de construções estéticas, energéticas, e mitologia da bruxa antiga, os elementos corporais do pluriuniverso da Jurema Sagrada, além do feminino a partir da personagem Iracema, de José de Alencar.

No Laboratório de Música, as tutorias ficarão a cargo do grande pianista Benjamim Taubkin; do instrumentista e pesquisador da tradição musical brasileira Alfredo Bello aka DJ Tudo; da cantora, atriz-bailarina, doutora em Música Doriana Mendes e da cantora, compositora, produtora musical e multi-instrumentista Mahmundi.

Eles acompanharão os projetos “Horizonte Aparente”, de Ayrton Bob Pessoa, Jônatas Gaudêncio e Raí Santorini; “Arquelano: ainda sou um ponto”, de Benjamin Arquelano, Théo Fonseca Torres e Emília Schramm; “Cenas de Ópera”, do trio Antônio Souza, Liana Fonteles e Giorgi Gelashivili; e “Caboco Eletrônico”, de Francisco Ferreira de Freitas, Mestre Expedito e DJ Daniel Lamar. Os quatro projetos vão trabalhar sons eletrônicos, música experimental, tradição, erudição e eletrônico, além de peças operísticas, pela primeira vez abordadas no Lab. Música do Porto.

O Laboratório de Teatro traz como tutores deste ano o dramaturgo, diretor, escritor e pesquisador Alexandre Dal Farra; a atriz, professora e diretora Ana Correa; a atriz e diretora Georgette Fadel; e o professor e pesquisador de teatro de animação Miguel Vellinho.

Os projetos desenvolvidos em 2018 no Lab. Teatro são “Inventário para poéticas futuras”, de Rafael Martins, Ricardo Tabosa, Tatiana Amorim e Yuri Yamamoto (Grupo Bagaceira); “Boca Amordaçada”, de Vanéssia Gomes, Herê Aquino, Vera Araújo, Juliana Santana e Isabele Teixeira; e “Dramaturgias da Água e da Seca”, de Nelson Albuquerque, Denise Costa, Silvianne Lima, Jota Júnior Santos, Eliel Carvalho, Alessandra Eugênio e Beethoven Cavalcante (Grupo Pavilhão da Magnólia); e “Expresso Sonho Azul – Uma manada em trânsito”, de Jânio Tavares, Juliana Veras, Monique Cardoso e Murilo Ramos (Grupo Manada). Serão trabalhados nas pesquisas teatrais elementos que integram a atuação, dramaturgia e espaço urbano, a obra “O Quinze”, de Rachel de Queiroz, a ressignificação da ideia da morte no palco, além das chegadas e partidas do Sonho Azul, trem que cruzava o Ceará na década de 1970.

Conheça abaixo um resumo da trajetória profissional de cada tutor:

LABORATÓRIO DE ARTES VISUAIS

Lisette Lagnado

Tutora do Projeto “Vegetocracia e a exuberância dos dias comuns”, de Jared Domício e Vania Freitas

Critica de arte, curadora independente, pesquisadora e escritora, formou-se em Jornalismo pela PUC-SP, onde também defendeu mestrado em Comunicação e Semiótica. Em 2003, obteve o título de doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Nos anos 1980 e início da década de 1990, trabalhou nas revistas “Arte em São Paulo” e “Galeria”, e foi repórter de arte na “Folha de S. Paulo”. De 2001 a 2010, editou a revista eletrônica “Trópico”, que participou da “documenta 12 magazines” (Kassel, Alemanha). Em 1993, ganhou o Prêmio de Melhor Exposição do Ano da APCA com a curadoria de “A presença do ready-made”. No mesmo ano, fundou e coordenou o Projeto Leonilson, para organizar sua obra e documentos. Em 1996, integrou a equipe curatorial da mostra “Antarctica Artes com a Folha”, trabalho de prospecção de artistas emergentes no território nacional. Em 2006, foi curadora da 27ª Bienal de São Paulo (“Como Viver Junto”). Em 2010, foi curadora da exposição “Desvíos de la deriva”, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri. Em 2013, foi curadora do 33º Panorama do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Entre 1999 e 2002, concebeu e coordenou o trabalho de digitalização e catalogação dos manuscritos de Hélio Oiticica para o Itaú Cultural, instituição na qual também atuou no projeto Rumos Itaú Cultural (2005 e 2006). De 2007 a 2012, coordenou a pós-graduação em Práticas Curatoriais e Gestão Cultural da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Em seguida, levou parte deste programa de formação para a Escola São Paulo. Foi diretora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro.

Ana Pato

Tutora do projeto “Arqueologia de uma paisagem”, de Marina Smith

Ana Pato é curadora, pesquisadora e professora. Doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e mestra em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina. Foi curadora das exposições 20o Festival de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil (2017), Quanto Pesa uma Nuvem?, de Gisellle Beiguelman (2016) e curadora-chefe da 3a Bienal da Bahia (2014). Foi pesquisadora-associada do Museu de Arte Moderna da Bahia (2015) e diretora da Associação Cultural Videobrasil, onde trabalhou entre 2000 e 2012. É autora do livro Literatura Expandida: arquivo e citação na obra de Dominique Gonzalez- Foerster (2012). Em suas pesquisas, dedica-se às relações entre arte contemporânea, arquivo e memória.

Alexandre Romariz Sequeira

Tutor do projeto “Manual de identificação e proteção de objetos voadores não identificáveis”, de Helenita Matos e Elisa Maria Pacheco Costa

Artista visual, é Mestre em Arte e Tecnologia pela UFMG, doutorando pela mesma instituição e professor do Instituto de Ciências da Arte da UFPa. Desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social, tendo participado de diversas exposições e festivais no Brasil e exterior, podendo-se destacar: Une certaine amazonie, em Paris/França; Bienal Internacional de Fotografia de Liège/Bélgica; Exposição no Centro Cultural Engramme em Quebec/Canadá; X Bienal de Havana/Cuba; Paraty em Foco 2009; FotoFestPoa 2010 e 2011; Festival de Fotografia de Recife 2010; Simpósio e exposição “Brush with Light”, na Universidade de Arte Mídia e Design de NewPort no Reino Unido, Festival Internacional de Fotografia de Pingyao/China; “Gigante pela própria natureza” em Valência, na Espanha; “Geração 00 – a nova fotografia brasileira; e Projeto Portfólio no Itaú Cultural em São Paulo/Brasil. Tem obras no acervo do Museu da UFPa; Espaço Cultural Casa das 11 Janelas/Pará; Coleção Pirelli/MASP- SP, Museu de Arte do Rio – MAR, Museu da Fotografia do Ceará/Ceará, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul/RS; Coleção de Fotografia da Associação Brasileira de Arte Contemporânea/SP e AMBA Collection – Art of Africa, Brazil and Caribbean/Portugal-Itália.

O Grivo – Marcos M. Marcos e Nelson Soares

Tutores do projeto “Zona de pressão”, de Tiago Alves e Roberto Cavalcante Borges

Com engenhocas bem-humoradas e aparentemente precárias, O Grivo pertence ao seleto grupo de artistas sonoro-visuais brasileiros, como o coletivo Chelpa Ferro ou Paulo Nenflidio, bem inseridos no contexto das artes plásticas e cujas obras incluem o uso de aparatos inusitados. Diferentemente desses, porém, graças, em parte, à formação musical de seus integrantes, as obras d’O Grivo priorizam a sonoridade: embora o efeito visual esteja longe de ser casual, a imagem é consequência da dimensão musical. Os percursos sonoros que criam são, além de uma nova maneira de ouvir, uma nova maneira de ver os mecanismos de produção do som. Formado em 1990, o coletivo notabilizou-se num primeiro momento pelas produções musicais realizadas para outros artistas, como Cao Guimarães, Lucas Bambozzi, Rivane Neuenschwander e Valeska Soares, entre outros. O grande apelo visual de suas instalações, contudo, fez com que a dupla passasse a ser reconhecida pela qualidade plástica, e não apenas sonora, de suas criações, a partir principalmente da exposição Antarctica artes com a folha (1996). Nelson Soares e Marcos Moreira compõem O Grivo. Nasceram em Belo Horizonte, onde vivem e trabalham. Participaram da 28ª Bienal de São Paulo (2008) e da 8ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2008), ambas no Brasil. Entre seus principais trabalhos (que envolvem principalmente concertos e instalações) e mostras estão: Reinventando o mundo (Museu Vale, Vila Velha, Brasil, 2013); Artefatos de som (Oi Futuro, Belo Horizonte, Brasil, 2013); Estación experimental (Universidad Laboral, Gijón, Espanha, 2012); O Grivo (Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2010); O Grivo (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil, 2009); e It’s raining out there (South London Gallery, Londres, Inglaterra, 2008).


LABORATÓRIO DE CINEMA

Nina Kopko

Formada em Cinema pela Universidade Federal de Santa Catarina, atua nas áreas de montagem, roteiro e direção. Entre os trabalhos de destaque estão a direção assistente do filme O Silêncio do Céu (dir. Marco Dutra, 2016), a montagem do documentário Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Julia Murat, 2017), da 2ª temporada de O Hipnotizador (canal HBO, 2017) e a assistência de direção e colaboração em roteiro do filme Guigo Offline (René Guerra, 2017). Foi supervisora de desenvolvimento de projetos na produtora RT Features durante os anos de 2013 e 2015, trabalhando em projetos de Karim Aïnouz, José Eduardo Belmonte, Aly Muritiba, Gabriela Amaral Almeida, entre outros.

Karim Aïnouz

Natural de Fortaleza, é diretor de cinema e artista visual. Realizou, em 2015, o documentário Velázquez ou o Realismo Selvagem que teve sua estreia no Grand Palais em Paris e foi exibido no canal francês ARTE. Seu último longa-metragem, Praia do Futuro, teve estreia mundial em 2014 na Competição Oficial do 64° Festival de Berlim junto de Cathedrals of Culture, filme em 3D produzido por Wim Wenders, que estreou na sessão Panorama do Festival de Berlim (Berlinale). Seu primeiro longa-metragem, Madame Satã, estreou na mostra Un Certain Regard do Festival de Cinema de Cannes em 2002. Seus longas seguintes, O Céu de Suely e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (co-dirigido com Marcelo Gomes) estrearam no Festival de Veneza na Mostra Orizzonti em 2006 e 2009 respectivamente. Em 2008 dirigiu a série de 13 episódios Alice para a HBO Latin America. Em 2011 O Abismo Prateado teve sua estreia mundial em Cannes na Quinzena dos Realizadores e recebeu o prêmio de Melhor Diretor no Festival do Rio. Aïnouz é ainda co-roteirista dos filmes Abril Despedaçado de Walter Salles, Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, e Cidade Baixa, de Sérgio Machado. Em 2018, seu mais recente documentário Aeroporto Central THF teve sua estreia mundial na Mostra Panorama do 68° Festival Internacional de Cinema de Berlim, levando o Prêmio Anistia Internacional. Atualmente, está dirigindo a livre adaptação de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha. Com produção de Rodrigo Teixeira, da RT Features, A Vida Invisível traz as atrizes Carol Duarte, Fernanda Montenegro e Júlia Stockler como protagonistas desta história.

Sérgio Machado

Natural de Salvador, seus primeiros trabalhos no cinema foram como assistente de direção nos filmes Central do Brasil (1998), O Primeiro Dia (1999) e Abril Despedaçado (2001), todos sob direção de Walter Salles. Foi co-roteirista do longa-metragem Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz, e roteirista da série televisiva Os Pastores da Noite (2002), da Rede Globo de Televisão. Cidade Baixa (2005), seu primeiro longa de ficção, foi vencedor de 30 prêmios no Brasil e exterior, entre eles: o Prêmio da Juventude no Festival de Cannes e os prêmios principais dos Festivais do Rio de Janeiro, de Huelva, Verona e Mons. Dirigiu também o longa-metragem de ficção Tudo que Aprendemos Juntos (2015) e o documentário A Luta do Século (2016), ambos premiados em festivais e mostras de cinemas nacionais e internacionais. Atualmente, está trabalhando em parceria com Walter Salles na animação A Arca de Noé, inspirada nos poemas infantis de Vinicius de Moraes, na série de TV Os Irmãos Freitas (2019) em parceria com o Canal Space e numa adaptação para as telas do conto O Adeus do Comandante, do escritor amazonense Milton Hatoum.


LABORATÓRIO DE DANÇA

Armando Menicacci

Tutor do projeto “Intergaláctico”, de Maria Epinefrina, H-umano, Tiego Campos e Robson Loureiro

Armando Menicacci é professor do Departamento de Dança da Universidade do Québec em Montréal. Depois de ter feito estudos em Dança (Vaganova, contato improvisação, dança contemporânea), Armando concluiu mestrado em História da Música e Musicologia na Universidade de Roma e um doutorado sobre a relação entre a Dança e as tecnologias digitais na Universidade Paris 8. Dirigiu o Laboratório de pesquisa e criação Médiadanse, ensinou na Escola Média Arts em Chalon-sur-Saone, na Universidade de Bilgi em Istambul, na UFRJ, na UFC e na Vila das Artes, em Fortaleza. Organizou diversos colóquios em Paris, Rio de Janeiro, Salvador, Roma e Tunis. É conselheiro artístico do Festival O corpo excêntrico, em Roma. Publicou diversos artigos e livros traduzidos em várias línguas sobre música, dança e artes digitais.

Benjamin Abras

Tutor do projeto “CorpoCatimbó”, de Viana Júnior, Gerson Moreno e Pai Mesquita de Ogum

Benjamin Abras é ator de teatro e cinema-bailarino afro tradicional e contemporâneo. Diretor de dança e teatro, poeta, ensaísta, dramaturgo, artista visual, cantor e compositor. Como um artista intermídias já performou e dirigiu em quase todo o Brasil e por três continentes (Africa, Ásia e Europa) ao longo de 23 anos. Seu trabalho se vale da constante hibridação de linguagens na criação de uma obra excepcionalmente de arte contemporânea, sem se limitar a linguagens. A transversalidade é um dos eixos de suas pesquisas e o artista vem construindo seu trabalho através das técnicas advindas das tradições afro-brasileiras, desconstruindo o pensamento que folcloriza a cultura africana no Brasil, provocando reflexões a partir da filosofia que sustenta a base técnica das tradições nas relações performativas e na criação de uma dramaturgia da performance.

Clarice Lima

Tutora do projeto “Iracema”, de Rosa Primo, Carolina Wiehoff e Raisa Christina

Clarice Lima é bailarina e coreógrafa. Estudou no Colégio de Dança do Ceará, na Folkwang Hoschuler em Essen/ Alemanha e se formou em dança no Modern Theater Dance/ AHK em Amsterdam/ Holanda. Estudou com David Zambrano e trabalhou com grandes coreógrafos como Jan Fabre e Cristian Duarte. Hoje vive e trabalha em São Paulo onde dirige e produz a não-companhia de dança Clarice Lima & gente fina, elegante e sincera, além de ser artista residente do projeto Lote. Seus trabalhos transitam entre as linguagens da dança, performance e artes visuais, os quais podemos citar Árvores [2010], DPI Experimento Espetacular [2011], Intérpretes em Crise [2013] e Supernada [2018]. Apresentou-se em mostras e festivais nacionais e internacionais como Bienal Internacional de Dança do Ceará, Festival Panorama RJ, Bienal SESC de Dança SP, Festival Internacional de Artes Cênicas BA, Junta PI, Verbo SP, Festival City of Woman Eslovênia, Thessaloniki Performance Festival Grécia, DNA Espanha, Danzalborde Chile, entre outros. Foi contemplada com o prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna na categoria circulação com os trabalhos Árvores e Intérpretes em Crise.

Marcelo Evelin

Tutor do projeto “Cavalgada Selvagem”, de Thales Luz, Diogo Braga e Natália Coelho

Marcelo Evelin nasceu no Piauí, é coreógrafo, pesquisador e intérprete. Vive e trabalha entre Teresina e Amsterdam. Na Europa desde 1986, trabalha com dança tendo colaborado com artistas de variadas linguagens em projetos também envolvendo teatro físico, música, vídeo, instalação e ocupação de espaços específicos. É criador independente com sua Companhia Demolition Incorporada, criada em 1995, e ensina na Escola Superior de Mímica de Amsterdã-Holanda, onde também orienta estudantes em processos criativos. Orienta workshops e projetos colaborativos em vários países da Europa, Estados Unidos, África, Japão, América do Sul e Brasil, para onde retornou em 2006 e desde então vem atuando também como gestor e curador, tendo implantado em Teresina o Núcleo do Dirceu (2006-2013), um coletivo de artistas independentes e plataforma de pesquisa e desenvolvimento para as Artes Performáticas Contemporâneas. Em março de 2016 abriu, em Teresina, juntamente com a gestora cultural Regina Veloso, o CAMPO, um novo espaço para se pensar, fazer e difundir arte e disciplinas afins, e, como parte dele, o estúdio Demolition Incorporada.


LABORATÓRIO DE MÚSICA

Benjamim Taubkin

Tutor do projeto “Horizonte Aparente”, de Ayrton Bob Pessoa, Jônatas Gaudêncio e Rai Santorini

Benjamim Taubkin iniciou os estudo de piano aos 18 anos e logo passou a se dedicar integralmente a esta atividade. Participou como músico e/ou produtor de mais de 150 discos. É responsável pelo projeto Núcleo Contemporâneo, gravadora, produtora e centro cultural na cidade de São Paulo. Desde 1997, iniciou diferentes projetos musicais, como a Orquestra Popular de Câmara, o conjunto de choro Moderna Tradição, o trabalho com o grupo de música tradicional Clareira, o quarteto de jazz Trio+1 e o coletivo América Contemporânea, que reúne músicos e repertório de países da América do Sul. Vem colaborando com músicos de diversos países como Marrocos, África do Sul, Índia, Israel, Espanha e Colômbia. Entre os projetos recentes estão Fronteiras Imaginárias, com o saxofonista colombiano Antonio Arnedo; Sons de Sobrevivência, com o duo Soukast; O Pequeno Milagre de Cada Dia, com João Taubkin e o músico Israelense Itamar Doari; Música na Serrinha, com músicos de todo o mundo, entre os quais Marcos Suzano, Jaques Morelenbaum e Mayra Andrade; e o filme O Piano Que Conversa, documentário que retrata encontros musicais do pianista, no país e também na Bolívia e na Coreia do Sul. Tem participado regularmente de festivais, residências e concertos em todo o planeta. É membro do Fórum Europeu de Festivais de Música do Mundo e da Associação Ibero-Americana para o Desenvolvimento da Música.

DJ Tudo aka Alfredo Bello

Tutor do projeto “Caboco Eletrônico”, de Francisco Ferreira de Freitas (Di Freitas), Mestre Expedito e DJ Daniel Lamar

Um dos mais destacados pesquisadores da tradição musical brasileira. Com o trabalho DJ Tudo e sua gente de todo lugar, juntou pesquisas da cultura brasileira, produção musical e experiência como instrumentista. Desde 2008 lançou 6 discos, apresentando-se​ como DJ, com banda e palestrante de cultura pelo Brasil e por 30 países. Tem larga experiência com produção musical, já tendo produzido mais de 50 discos de gêneros diferentes em projetos com artistas como Lee Scratch Perry, Marku Ribas, Gilberto Gil, Otto e muitos outros. Ganhou em 2016 o 27 Prêmio da Música Brasileira e melhor álbum eletrônico com o disco “Gaia Musica vol 1”. Em 2016 lançou o compacto “Pra Iemanjá” e em setembro de 2007 lançou o “Gaia Musica Vol. 2”, reunindo sons do Brasil e do Marrocos. Em 2004, Alfredo Bello criou o selo Mundo Melhor, pelo qual lança os discos do DJ Tudo e uma pequena parte de sua extensa pesquisa de cultura popular através de Cds e Dvds.

Doriana Mendes

Tutora projeto “Cenas de Ópera”, de Antônio Souza, Liana Fonteles e Giorgi Gelashivili

Cantora, atriz e bailarina. Bacharel em canto, doutora e mestre em música, desde 2013 é professora de canto na UNIRIO. Sua tese de doutorado aborda “O Discurso Não-Semântico na Música Eletrovocal”. No mestrado obteve bolsa do CNPq e da FAPERJ para desenvolver pesquisa sobre o intérprete contemporâneo. Fez sua estreia internacional no Teatro de Darmstadt cantando uma ópera de Jocy de Oliveira. Em 2016 protagonizou a estreia da ópera Medeia,​ de Mario Ferraro, na 1ª edição da Bienal de Ópera Atual realizada pela FUNARTE. Apresentou-se na Alemanha, França, Irlanda, Portugal, Chile, Bolívia, Argentina, México e em todos os Estados do Brasil com a turnêSonora Brasil-SESC. Obteve o 1º Prêmio no Concurso Souza Lima 1999 e foi solista do Calíope, Prêmio Carlos Gomes 2002. Sua discografia conta com mais de 20 CDs lançados, em estilos que trafegam ​desde a música antiga medieval, passando por teatro musical à música contemporânea.

Mahmundi

Tutora do projeto “Arquelano: ainda sou ponto”, de Benjamin Arquelano, Théo Fonseca Torres e Emília Schramm

Marcela Vale é nome artístico de Mahmundi, cantora, compositora, produtora musical e multi-instrumentista. Carioca, iniciou-se na música frequentando uma igreja no bairro de Marechal Hermes, subúrbio do Rio. Lá descobriu sua voz e teve acesso a instrumentos como bateria, violão e teclados. Sua evolução, porém, a partir de 2009 desenrolou-se entre cabos e plugs no Circo Voador, principal palco alternativo da cidade, onde trabalhou como técnica de som e roadie. Em 2012 lançou seu primeiro EP Efeito das Cores. Ali, Mahmundi encontrou sua assinatura artística produzindo o próprio disco e promovendo a união de boa parte de suas referências com uma sonoridade moderna e o apreço pelo formato de canção-tudo isso combinado ao imaginário ensolarado do cotidiano carioca. No ano seguinte lançou outro EP, Setembro, contraponto melancólico ao colorido do primeiro trabalho e que flertava com uma sonoridade mais R&B, atualmente uma forte característica de sua música, bastante presente no novo disco. Em 2013 ganhou o Prêmio Multishow de Música Brasileira na categoria Novo Hit, por Calor do Amor. Depois de tocar no exterior pela primeira vez – Festival Bahidora, México, 2014 -, ganhou novamente Prêmio Multishow de Música Brasileira, desta vez na categoria “Nova Canção”. Lançou o primeiro álbum “Mahmundi” em 2016 e recebeu excelentes críticas da imprensa, prêmios e indicações – Prêmio Revelação APCA (Associação Brasileira dos Críticos de Arte). Produzido por ela mesma, Mahmundi traz 10 músicas autorais, como Hit, Calor do Amor e Eterno Verão. O álbum também foi premiado como melhor capa no Prêmio Multishow. De lá pra cá, assinou contrato com a Universal Music e segue capitaneando a produção de seu novo álbum, com lançamento e turnê​ em 2018.


LABORATÓRIO DE TEATRO

Alexandre Dal Farra

Tutor do projeto “Inventário para poéticas futuras”, de Rafael Martins, Ricardo Tabosa, Tatiana Amorim e Yuri Yamamoto

Doutorando pelo PPGAC da ECA/USP e mestre pelo Departamento de Letras Modernas da FFLCH – USP, Alexandre é dramaturgo, diretor e escritor. Seus textos foram apresentados em todo o país e também no exterior, além de serem indicados a todos os principais prêmios brasileiros. “Mateus, 10” foi vencedor do prêmio Shell de melhor autor. Foi indicado a diversos prêmios, pelos textos “Abnegação III – Restos” (Aplauso Brasil, finalista), “Abnegação 1” (APCA, 2014 editado na França pela Les Solitaires Intempestifs), “O Filho” (APCA). Em 2017, estreou na MITsp o espetáculo “BRANCO: o cheiro do lírio e do formol”. Lançou em 2013 o seu primeiro romance, “Manual da Destruição”, pela editora Hedra. Em 2015 escreveu “Abnegação II – O começo do fim”, indicado ao Prêmio Aplauso Brasil de melhor autor. Escreveu também “O FILHO”, para o Teatro da Vertigem, texto indicado ao prêmio APCA 2015, e ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo. Escreveu “BRUTO”, para o Núcleo Experimental do SESI, dirigida por Luiz Fernando Marques. Escreveu a peça “TEOREMA 21”, para o grupo XIX de Teatro, e a peça “Abnegação 3”, para o Tablado de Arruar.

Ana Correa

Tutora do projeto “Boca Amordaçada”, de Vanéssia Gomes, Herê Aquino, Vera Araújo, Juliana Santana e Isabele Teixeira

É atriz, professora e diretora. Desde 1979 é membro do Grupo Cultural Yuyachkani. Em 2012 foi nomeada Personalidade da Cultura Mérito, reconhecimento dado pelo Ministério da Cultura do Peru. Bacharel em Educação pela Universidade Ricardo Palma. Professora de Educação Artística com especialização em Artes Cênicas pela Escola Nacional de Arte Dramática. Professora na Escola de Artes Cênicas na Universidad Católica (PUCP). Instrutora de artes marciais e Tai chi (S’HUAN FA). Seu solo “Rosa Cuchillo” (2000) tornou-se um símbolo da luta e defesa dos direitos humanos no Peru e foi visto por milhares de espectadores em quase todas as províncias do Peru e países da América e da Europa . Também desenvolveu outras demonstrações: “Rosa Cuchillo el desmontaje”, “Una actriz se Prepara”, “La Rebelión de los Objetos” e “La relación de las artes marciales y el teatro”.

Georgette Fadel

Tutora do projeto Expresso Sonho Azul – uma Manada em trânsito, de Jânio Tavares, Juliana Veras, Monique Cardoso e Murilo Ramos

Atriz formada pela Escola de Arte Dramática da USP e diretora formada pelo Departamento de Artes Cênicas da ECA, USP. Professora de interpretação na Escola Livre de Teatro de Santo André e no Estúdio Nova Dança, São Paulo. Entre os diversos prêmios, se destaca o Prêmio Shell 2007 de Melhor Atriz por “Gota d’água, um breviário”. Com a Cia. S. Jorge de Variedades dirigiu “Pedro o cru”, de Antonio Patricio, “Um credor da fazenda nacional”, de Qorpo-Santo, “Biedermann e os incendiários”, de Max Frisch e “Quem não sabe mais quem é, o que é e onde está, precisa se mexer”, vencedora do Prêmio Shell 2009 na Categoria Especial. Dirigiu ainda “Primeiro amor”, de Samuel Beckett, com Marat Descartes (vencedor do Prêmio Shell 2007 como Melhor Ator), “Love n blembers”, dramaturgia de Georgette Fadel e elenco e “Bartolomeu, o que será que nele deu?”, com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, entre outras. Como atriz, atuou em “Rainha[(s)] – duas atrizes em busca de um coração”, adaptação de Mary Stuart de Schiller e direção de Cibele Forjaz, “Anjo negro – lembrança de uma revolução: a Missão”, adaptação de Nelson Rodrigues e Heiner Müller e direção de Frank Castorf, “As Bastianas”, direção de Luis Mármora, ” Esperando Godot”, direção de Cristiane Paoli-Quito, “Marat-Sade”, de Peter Weiss e direção de Francisco Medeiros, entre outras. Com a Cia. do Latão atuou em “Ensaio para Danton”, “Santa Joana dos Matadouros” e “O nome do sujeito”.

Miguel Vellinho

Tutor do projeto “Dramaturgis da Água e da Seca”, de Nelson Albuquerque, Denise Costa, Silvianne Lima, Jota Júnior Santos, Eliel Carvalho, Alessandra Eugênio e Beethoven Cavalcante

É Doutorando e Mestre em Teatro pelo Programa de Pós-Graduação em Teatro (PPGT) da UNIRIO e professor adjunto do curso de Ensino de Teatro da UNIRIO onde leciona as cadeiras de Teatro Infanto-juvenil (TIJ) e Teatro de Formas Animadas (TFA). Foi fundador do Grupo Sobrevento e desde a década de 1990 ministra oficinas e participa de palestras e mesas redondas em várias cidades do país. Tem artigos publicados no Brasil e no exterior sobre aspectos do Teatro de Animação e é membro do conselho editorial da revista Móin-móin, editada pela UDESC, desde a sua criação. Em 1999 fundou a Cia PeQuod – Teatro de Animação que conta hoje com um repertório sólido de onze espetáculos premiados e elogiados pela crítica. Em 2009 participou do espetáculo “Primeiras Rosas”, da Cia. Pia Fraus, dirigindo o segmento “A terceira margem do rio”, estreado em São Paulo. Dirigiu em 2011 o monólogo com a atriz Lorena da Silva, “As Regras da Arte de Bem-viver na Sociedade Moderna”, do autor francês Jean-Luc Lagarce. Em 2013, dirigiu “O que é suficiente?” com o Grupo de Teatro Rerigtiba, de Anchieta/ES. Em 2015 dirigiu “Ogroleto”, de Suzanne Lebeau, com o grupo Pavilhão da Magnólia, em Fortaleza/CE.