Escola de Formação e Criação do Ceará

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George Frota: roteiro, cinema e audiovisual

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George Frota é integrante do projeto ENIAC, do Laboratório de Audiovisual

George Frota faz parte da segunda geração de publicitários de sua família, com formação autodidata. Começando a atuação no Ceará em meados de 1986, o agora roteirista, cursou Comunicação Social na UFC. Transitando entre Publicidade, História e Audiovisual, o integrante do Laboratório de Cinema do Porto nos conta como começou a sua trajetória dentro da Escola.

Cursando o projeto Irradiar, nos primórdios da Escola, George fala sobre a oportunidade de interlocução com os profissionais que compõe o quadro pedagógico do Porto. “Eu tive contato com professores muito bons, que são profissionais da área, que atuam. Então, o Orlando [Senna], ele é um professor e ele é um cineasta, tem trajetória própria. O Cláudio Nigro é um professor e também é um profissional da área de televisão. […] Não eram pessoas só com conhecimento teórico, mas com um conhecimento teórico e um viés prático muito forte. Então foi muito bom [a experiência no Irradiar]. Abriu-se um certo número de oportunidades, de continuar estudando várias coisas e de continuar aprendendo várias coisas”.

Os módulos e o percurso formativo de Audiovisual do Porto lhe permitiu seguir o seu sonho de contar histórias. Cursou História da Arte, Sonoplastia para Trilha Sonora, além do curso de Narrativas Cinematográficas, todos no Porto Iracema das Artes. A transição de publicidade para audiovisual foi uma desição a partir do descontentamento com o mercado publicitário. “Eu decidi sair um pouco desse mercado publicitário, da mensagem e olhar pro conteúdo e pensar o conteúdo como uma forma de estar comunicando, no caso o Cinema”, conta.

Porém, a publicidade teve uma grande influência no seu conhecimento sobre audiovisual. Ao longo de sua trajetória em agências, trabalhou com diversos profissionais, como Amário Pena, Humberto Pinho e o diretor de cinema Ronaldo Nunes. “Todo esse conhecimento que eu tinha no começo da minha formação da publicidade, voltou como sendo uma base para eu estar tateando, descobrindo aquilo que eu tinha mais afinidade, particularmente o Cinema”, revela o roteirista.

George continua no Porto Iracema, como roteirista do projeto ENIAC, selecionado para o Laboratório de Audiovisual/Cinema, sob tutoria de Karim Aïnouz, Sérgio Machado e Marcelo Gomes. Seguindo em paralelo com as atividades do Laboratório, George ainda trabalha nos roteiros de dois documentários e nas melhorias do projeto “Paranjana para Mulheres”, o qual inscreveu para o Lab. Cinema, porém não selecionado.

Sobre as suas influências no cinema, George cita diversos diretores, como Christopher Nolan, Kubrick e influências do cinema americano e latino-americano. O roteirista também revela um medo: “Havia um grande medo meu, pois eu não penso um cinema tão autoral, quanto o do Rosemberg Cariry, do Karim Aïnouz. Vejo um cinema com traço de assinatura meu, mas eu tento enxergar algo mais capaz de costurar mais histórias, do que só a minha. Mas não, eu acho que tenho sim [autoralidade], tem várias fontes da qual eu bebo. [..] Eu acredito que há espaço para o cinema do George também”.