Os trabalhos que serão apresentados são fruto de uma pesquisa iniciada por Lis em 2012.
Nesta quinta-feira, dia 8 de março, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura fará a abertura oficial da exposição “Montar uma Ruína: Clube Alagoinha”, de Lis Paim, coordenadora do Laboratório de Cinema do Porto Iracema das Artes. Contemplada pelo edital Temporada de Arte Cearense (TAC) do Instituto Dragão do Mar, a exposição traz um vasto acervo produzido e organizado por Lis sobre a edificação em ruínas do Alagoas Iate Clube, o Alagoinha, em Maceió. A abertura da mostra acontecerá às 19h, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC), e seguirá até 29 de abril. Gratuito.
Esta é a primeira exibição pública do arquivo audiovisual constituído pela artista a partir da edificação em ruína do Alagoas Iate Clube, o Alagoinha, localizado dentro do mar da orla de Ponta Verde, na cidade de Maceió, Alagoas. A visitação é gratuita e aberta ao público de terça a sexta, das 9h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h.
A pesquisa que dá origem à exposição iniciou-se na ocasião do anúncio da obra do “Marco Referencial do Turismo”, projeto destinado a ocupar o lugar dos destroços do Clube. Tal obra foi responsável pela interdição definitiva do seu espaço – aberto ao público desde o seu arruinamento – para uma série final de demolições, novamente inconclusas, em 2017.
De início acompanhada por uma equipe pequena, e, nos anos seguintes, sozinha, desde dezembro de 2012 Lis Paim passou a visitar semestralmente as ruínas do Alagoinha, a fim de capturar em filme e arquivar os fragmentos da destruição do prédio. Em paralelo, deparou-se com o acervo de fotografias antigas e de fitas em VHS e K7 cedido à artista pela Família Costa, fundadora do clube privativo, compondo um mosaico de registros do passado do lugar. Juntaram-se, depois, a este volume, algumas imagens dos fotógrafos alagoanos Japson Almeida, Alice Jardim e Camila Cavalcante.
A soma deste arquivo abrange hoje cerca de 40 horas de gravações em vídeos, 1800 fotografias e 20 horas de ambiências sonoras e conversas gravadas na ruína com narradores que emprestaram as suas vozes e os seus diferentes pontos de vista à pesquisa.
O trabalho a ser apresentado, em forma de instalação audiovisual, é, assim, uma investigação da poética da montagem que se configura num duplo movimento: por um lado, há uma exposição do jogo de procedimentos na criação e manipulação deste arquivo em diferentes dispositivos e técnicas; por outro, a operação de montagem que a artista realiza é essencialmente a do despedaçar da possibilidade de criação de uma narrativa linear e cronológica do declínio do Alagoinha.
SOBRE A ARTISTA
Natural de Salvador e radicada em Fortaleza, Lis Paim trabalha como montadora e artista audiovisual, além de coordenar, atualmente, o Laboratório de Cinema e o Centro de Narrativas Audiovisuais (CENA 15) da Escola Porto Iracema das Artes. Desde 2006 pesquisa e atua profissionalmente no campo do cinema, já tendo exercido funções nas áreas de direção, produção, montagem e desenho de som em diversas equipes. A sua produção artística tem se direcionado ao estudo da poética da montagem em diferentes dispositivos, sendo o filme Maré Viva (2013) e o arquivo audiovisual (2012-2018) que constituiu após 6 anos de filmagem e pesquisa da ruína do antigo Alagoas Iate Clube, dentro do mar de Maceió, partes de tal investigação.
SERVIÇO
O que: “Exposição MONTAR UMA RUÍNA: CLUBE ALAGOINHA, de Lis Paim”
Quando: 8 de março a 29 de abril de 2018
De terça a sexta, das 9h às 19h (com acesso até às 18h30)
Sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (acesso até às 20h30).
Onde: Museu de Arte Contemporânea do Ceará – MAC-CE (R. Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)
GRATUITO
Assessoria de Comunicação do Porto Iracema das Artes | Myke Guilherme
Publicado em: 07/03/2018